“La Piedad” de Van Gogh
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O Papa Francisco fiz o seu passamento cara ao além trás doce anos de um ativo, polémico e ilusionante pontificado, sobre tudo no seu começo. O passamento foi significativamente nesta segunda feira de Pascoa, trás dar o domingo a sua derradeira bênção “Urbi et orbe” (para todo o mundo), o dia em que os cristãos celebramos a Ressurreição de Jesus Cristo, o trunfo da Vida sobre a morte.
Tenho escrito varias veces neste Diario sobre o papa Francisco. Numa das primeiras colunas de “O lubre”,“A fachosfera na Igrexa” (15/01/20), falava dos curas ultras que não compartiam “os ventos renovadores que o papa Francisco tentava traer à Igreja”. Em “Os dous papas” (29 /01/20) falava de duas maneiras de entender a Igreja: a autoritária de Ratzinger-Bieito XVI, intransigente e reacionária, e a aberta de Bergoglio-Francisco, uma primavera fronte aos escândalos que ameaçavam acabar com ela. Con tudo, dicía que “essas esperanças se forom ralentizando e mesmo frustrando para muitos cristãos que aguardavam uns câmbios reais na Igreja que não se forom realizando, ou só de jeito mói livián”. Em “Decepción co papa Francisco” (19/02/20), a raiz do Sínodo da Amazonía (2019), dicia que “muito esperávamos do papa argentino”, mas Francisco não fora abondo valente em tomar umas decisões que cambiaram a Igreja.
Um balance
Fazendo agora o balance final de papado de Francisco, compre dizer primeiro que sentimos a sua morte e desejámos que o papado posterior continue a linha de reformas e esperanças, fiel ás raízes em Jesus de Nazaret. Morre no meio do “Ano jubilar da Esperança” coma um dos poucos lideres mundiais que fazia fronte à retórica perigosa de Trump, à tolemia de Putin e ao genocídio palestino de Netanyahu; e dentro da Igreja fazendo fronte ao forte movimento restauracionista reacionário.
Em um trabalho para o livro coletivo Yo estoy con Francisco (Religion Digital 2024), escrevia que apoiava a campanha em defensa do papa especialmente por ter nascido do ataque de hierarcas e leigos reacionários: “Ao longo desta década pudemos ouvir as suas críticas ao ordem mundial injusto, cada vez mais desigual e armado, e a suas constantes chamadas em comunicados, entrevistas e documentos a que a Igreja volvera ás suas apostas evangélicas, e fora mais inclusiva e igualitária, mais radicalmente comprometida com os direitos dos mais pobres”. Mas engadía que no seu pontificado não houvera “a evolução na necessária transformação interna da Igreja; por falta de decisões em câmbios vinculantes canónicos ou organizativos, e a lentitude nos avances da modernização, democratização e transparência”. Assim, os câmbios necessários no estatus dos curas: celibato opcional, ordenação de curas casados e recuperação dos que romperem a norma canónica, e aceso das mulheres ao presbiterado.
Certamente, Francisco fiz coisas importantes dentro e fora da Igreja. Tentou levar adiante a reforma da Curia Romana, lutando contra a habitual corrupção interna e a falta de transparência (Constituição Praedicate Evangelium 2022). Impulsou uma visão mais inclusiva e pastoral da Igreja desde textos coma Evangelium gaudium (2013); uma Igreja mais austera e comprometida com os pobres ao jeito de Jesus de Nazaret: “Como me gostaria uma Igreja pobre e para os pobres!”. Uma “Igreja em saída”, que fosse coma um “hospital de campanha”; mais acolhedora com a comunidade LGBTQ+ mas dura com os abusos sexuais, sobre todo a pederastia, pedindo tolerância cero. “A Igreja deve pedir-lhes perdão aos homossexuais”; “Se uma pessoa é gay e têm boa vontade quem são eu para julga-la?”.
De cara a fora, deixou frases rotundas como: “O capitalismo mata”; “A guerra é sempre um absurdo e uma derrota”; “Ontem forem bombardeadas crianças; isto não é uma guerra, é uma crueldade”; etc.
Entre as suas quatro encíclicas (textos mais solenes) salientam Laudato si'’ (2015) sobre o cuidado da casa comum, e Fratelli tutti (2020), sobre a fraternidade e a irmandade universal. Sobre tudo a primeira marcou um fito na consciência ecológica da Igreja e expressou uma cosmovisão relacional nunca antes expressada num texto eclesiástico.
Cal vai ser o futuro da Igreja católica?
A Igreja não depende só do papa, mas da aposta esperançadora e o compromisso de cada dia da comunidade cristã, buscando ser fiéis ao Espírito.
Mas é certo que a pessoa que esteja à cabeça da instituição vai ser importante para esse futuro. O cónclave para elixir o novo papa apresentasse escuro e não se vê um consenso. Entre os candidatos está o cardeal Pietro Parolin, Secretario de Estado que aglutina distintos apoios. Mas a opção mais progressista viria representada pelo “papáveis” Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferencia Episcopal Italiana; ou o filipino Tagle Gokim, arcebispo emérito de Manila e teólogo. As posturas mais conservadoras estariam nos africanos Sarah e Ambongo, Duka de Praga e o reacionário Gerhard Müller.
Os que buscamos uma renovação evangélica profunda da Igreja teremos que seguir no nosso caminho, venha quem venha como responsável máximo da Igreja.
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